Relatório avaliação técnica de linhas de junção fraca (Trincas)

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Objetivo

Avaliação de falha em coletor trincando na região das buchas metálicas de ancoragem, durante teste de envelhecimento por resistência ao stress craking no mono etilenoglicol.

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Figura 1 à 4 - Imagens das regiões com falha.

Análises Reralisadas

– Termografia do molde, máquina, agregados e produtos.

– Análises laboratoriais de degradação, estrutura e cristalização.

– Ensaios com perfil de injeção, melhor preenchimento, maior compactação, para maior resistência mecânica.

– Simulado de forma estressante a geração do modo de falha, para ilustração de causa x efeito.

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Princípios e Conceituação

Em geral este modo de falha é causado por uma associação entre problemas oriundos da matéria prima, projeto de molde e processamento.

A fim de encontrar uma solução com a menor intervenção possível após todo o desenvolvimento, devemos dividir as ações em 5 etapas distintas; Processo (ajustes de perfil e máquina), Molde ( saídas de gases e temperaturas), Matéria prima ( melhoria de fluidez e/ou substituição), Molde (alteração do perfil de fluxo no produto) e finalmente Molde (modificação dos pontos de injeção).

As velocidades elevadas melhoram as linhas de solda do moldado e o brilho da peça, além de diminuírem as tensões localizadas, eliminam defeitos como casca de laranja e reduzem o empenamento.

As temperaturas muito baixas do molde também exercem influência na qualidade e produtividade da peça injetada, devido a fatores como tensões residuais, acabamento superficial pobre, peças incompletas, linhas de fluxo, linhas de solda frágeis e baixa cristalinidade.

Poliamidas ou poliésteres sofrem hidrólise na presença de ácido, base ou alta temperatura. A hidrólise também pode ser vista como um tipo específico de ataque químico.

Dependendo da forma como a degradação se inicia, a cisão das ligações C-C pode ser homolítica ou heterolítica.

O mais comumente observado é a cisão homolítica, que gera macroradicais alquila. A cisão heterolítica ocorre em algumas situações onde o material polimérico está exposto a energias muito superiores à energia de ligação e se produzem íons (cátions e ânions) e íons radicais. Esse tipo de reação ocorre na radiólise por exemplo.

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Figura 6 - Princípios de degradação

Cisão de ligação C-C: homolítica ou heterolítica. As flechas são apenas ilustrativas e representam a transferência de um elétron, como discutido no texto.

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Figura 7 - Reações de hidrólise de poliéster e poliamida com geração de radicais

Os moldes têm como função conformar a peça e resfriar a massa. O sucesso da injeção de termoplásticos está relacionado com o conhecimento do fluxo do fundido nos canais do molde, portanto o projeto do molde deve estar adequado. Os parâmetros do processo de injeção também estão ligados com o sucesso do produto final, pois duas peças do mesmo material injetadas na mesma máquina, e utilizando o mesmo molde, podem ter acabamentos finais diferenciados, tensões internas e contrações diferentes, devido aos parâmetros do processo de injeção. Portanto, o conhecimento da maneira que o polímero flui dentro do molde, é importante para a determinação da qualidade da peça acabada. Para preencher o molde, o polímero deve ter a fluidez suficiente para escoar pelos canais e paredes, sendo que a pressão deve ser entre 200 a 1100 bar para os materiais com boa fluidez. A localização do(s) ponto(s) de entrada deve ser analisada conforme o tipo de polímero, estrutura do molde, geometria da peça a ser produzida, minimizando as formações de defeitos. Perde-se pressão devido à mudança que ocorre entre a pressão transmitida na ponta da rosca/pistão injetor, e a pressão que é exercida no final da cavidade do molde. Essa alteração pode ser maior ou menor de acordo com a temperatura (viscosidade), velocidade (alteração da viscosidade devido a pseudo plasticidade, geometria da cavidade, e do tipo de material injetado.

Linhas de Solda

As linhas de solda são formadas quando duas ou mais frentes de fluxo se encontram e se soldam.

Os fatores que influenciam esse defeito e estão relacionados à matéria-prima são os de viscosidade elevada do material, presença de cargas e aditivos instáveis que geram gases.

Os fatores relacionados com a máquina injetora são os de geometria do parafuso inadequada e obstruções no bico da injetora. Projetos de molde com ponto de injeção inadequados, em função do volume injetado x taxas de cisalhamento e controle x distribuição térmica. Associados a falta de saídas de gases.

Com o processamento estão relacionados a temperatura do molde baixa, temperatura do material baixa, velocidade de injeção baixa, pressão de injeção baixa, pressão de recalque baixa.

Em relação a temperatura, pode-se dizer que a velocidade da difusão macromolecular influencia a qualidade da linha de emenda. (DEBONDUE, et. al, 2004).

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Figura 8 - tabela de causa e solução para Linhas de solda

Com o projeto do molde estão relacionadas as restrições no ponto de injeção ou canais de alimentação, saídas de gases ineficientes, posição e/ou número de ponto de injeção inadequados. O ideal para todo novo projeto é avaliar em software, como Moldflow entre outros, estas regiões e criar ações de prevenção. Maior ponto de injeção, saídas de gases, circuitos de refrigeração eficientes, pinos ou postiços em AMPICO, etc.

Conclusão

– Projeto de molde não previu modo de falha comum para este perfil e matéria prima.

– Ponto de injeção ineficiente para o volume de material a ser injetado.

– Circuito de refrigeração não mantem temperatura necessária na região da falha, para garantir bom fluxo de preenchimento com boa soldabilidade.

– Necessário adicionar saídas de gases em pontos específicos e críticos do molde, conforme anexo.

– Deve ser controlada a temperatura do molde com no mínimo 85ºC sendo recomendado 100ºC.

– Após adicionamento das saídas de gases, revisar melhorias de processo com novo perfil de injeção.

– A desumidificação do polímero deve ser extremamente controlada, mantendo entre 0,1 à 0,2%UR.

– O perfil da unidade de injeção e sua conservação são de extrema importância e apresentou-se falhas. Anexo exemplo de rosca universal que atende melhor o Nylon, em caso de não utilização de rosca específica para PA66 com carga de vidro. Sendo ideal a rosca específica e com tratamento adequado.

– Após ensaio no laboratório Bosch com o processo otimizado observou-se melhoria na cristalinidade do material, o que demonstra estarmos no caminho correto da solução deste modo de falha.

Ações Preliminares

–  Adicionadas saídas de gases na face fixa do molde, ainda em máquina.

– Realizada injeção em máquina com melhor condição de conservação da unidade de injeção.

– Definido novo perfil de injeção com maior velocidade média e desaceleração no final para minimizar o efeito diesel.

– Adotado maior temperatura possível de molde conforme limite do equipamento, 78ºC.

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Figura 9 - Saídas de gases paliativas para melhorar efeito diesel

Próximas Ações

–  Adicionar saídas de gases nos pinos ao lado móvel do molde, com folgas entre 0,02 à 0,03mm x 5mm seguido de descarga livre.

– Avaliar possibilidade de otimizar termorregulador para atingir 90ºC na água do sistema.

– Realizar nova injeção com otimização do perfil de injeção para melhor preenchimento da linha de junção após adição das saídas de gases.

– Criar diferenças de parede e nervuras para direcionamento do fluxo, com intuito de transferir a linha de junção para região menos frágil.

– Testar outras opções de polímeros como; Du pont zytel, entre outros.

– Adicionar pontos de injeção nas regiões com maior distanciamento do ponto de injeção principal, e o mais próximo possível da região afetada.

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Figura 10 - Pontos críticos para criação de saídas de gases
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Figura 11 e 12 - Pontos críticos para serem criadas saídas de gases
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Figura 13 - Exemplo de modificação do fluxo através de alteração de paredes e nervuras
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Figura 14 - Exemplo de alteração do ponto de injeção em caso de não solução com ações anteriores
Sugestões

– Checar refrigeração do molde, fluxo mínimo de 5 L/min nas manutenções preventivas.

– Determinar máquina para injeção das peças e avaliar suas condições de processamento.

– Controlar desgaste de fusos através do monitoramento de almofada, para substituição de anel antes do desgaste do fuso.

Perfil Sugerido para Rosca de Uso Geral*

* 20L / D; passo quadrado; 10/4/6 voltas para as zonas de alimentação, compressão e homogeneização respectivamente.

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Figura 15 - Exemplo de rosca universal com perfil amigável para Nylon.
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Figura 16 - Exemplo de bico com perfil adequado para Nylon.
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Figura 17 - Exemplo de Bico com resistência blindada e ponteiras de perfis especiais e fácil substituição.
Observações
  1. Linhas de junção fazem parte de todo processo de injeção, sendo impossível eliminá-las. Restando apenas a otimização para linhas com melhor soldabilidade.
  2. Algumas formulações de matérias primas, proporcionam melhores resultados. Como por exemplo; materiais com maior fluidez e menor formação de oligômeros e radicais livres.
  3. Limpezas periódicas do sistema de degasagem devem ser adotadas.
  4. As resinas de nylon reforçadas com fibras de vidro podem ser moldadas em uma ampla faixa de temperaturas do molde. Entretanto, para melhor aparência superficial da peça, o molde deve estar quente: geralmente entre 100 – 120º C. Temperaturas do molde maiores não aumentam significativamente a duração do ciclo, porque as resinas de nylon reforçadas com fibras de vidro solidificam rapidamente. Como as peças de nylon reforçado com fibras de vidro apresentam maior rigidez sob altas temperaturas, podem ser facilmente extraídas dos moldes quentes, sem deformação. A temperatura uniforme na superfície da cavidade é um pré-requisito, especialmente em moldes de cavidades múltiplas, para que se possa ter bom controle dimensional das peças moldadas.
  5. A secagem das resinas de nylon moídas é descrita em detalhe nos boletins mencionados anteriormente. As mesmas precauções se aplicam às resinas de nylon reforçadas com fibras de vidro. Entretanto, as resinas de nylon reforçadas com fibras de vidro moídas, devem ser secas para menos de 0,2% de umidade antes da moldagem, especialmente se a resina estiver exposta a condições ambientais com mais de 50% de UR por mais de duas horas.
  6. Os moldes devem possuir saídas de gases adequadas para evitar a queima localizada das peças. Em razão das altas velocidades de preenchimento, necessárias para o bom aspecto superficial, as profundidades das saídas de gases das cavidades devem estar entre 0,003 – 0,005 cm (e tão largas quanto possível). As saídas de gases devem ter pequena extensão, aproximadamente 0,76 mm, devendo ser aliviadas a uma profundidade de pelo menos 0,76 mm até a borda do molde. Boas saídas de gases também melhoram o preenchimento do molde e a resistência da linha de emenda. A formação de rebarbas é raramente um problema em razão da rápida solidificação e maior viscosidade do fundido das resinas de nylon reforçadas.
Materiais e Fontes para a conceituação dos trabalhos

Solução de Defeitos na Moldagem por Injeção de Termoplásticos. (Área de Concentração: Materiais e Processos de Fabricação).

Autor: Carlos Anibal De Blasio (Unicamp)

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DuPont Top Ten Design Tips.
Práticas e vivências após 35 anos.

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